A velha arte de contar histórias! Como é bom ouvir uma boa história contada por alguém que saiba prender a atenção do público! Por outro lado, há pessoas que “matam” a história logo no início, tornando-a desinteressante mesmo quando a temática é boa. Por que isso acontece? Qual o segredo dos bons contadores de histórias? Foi exatamente essa técnica que o escritor norte-americano Joseph Campbell descreveu em seu livro “O Herói de Mil Faces” cuja primeira edição foi publicada em 1949. Muitos utilizam as técnicas exaradas nesta obra, mesmo sem conhecê-las, de modo empírico - são excelentes contadores de histórias. Na minha infância conheci um senhor analfabeto que contava histórias maravilhosas! Relato seus feitos numa crônica que escrevi há alguns anos, intitulada “NEGOZINHO, O FABRICANTE DE SONHOS”.
Recentemente realizei um seminário para um grupo de casas espíritas do REUNIR IX-CEERJ, intitulado “ORATÓRIA ESPÍRITA – FERRAMENTAS DE APOIO”. Neste trabalho, além de tratar das técnicas de oratória, ferramentas de pesquisa e elaboração de apresentações, reservo algum tempo para falar sobre “A JORNADA DO HERÓI”, idealizada por Joseph Campbelle que serve desde então para elaboração de roteiros de filmes, livros e conferências. Na abordagem que adotei, comparo as diversas fases de “A Jornada do Herói” com cenas de filmes conhecidos.
ESTATÍSTICAAH! Isso mesmo. Assim estava escrito no quadro quando o velho professor retornou da sua visita apressada às dependências sanitárias. Ao dirigir-se ao quadro negro para continuar o texto que iniciara, encontrou o título da sua matéria - ESTATÍSTICA - acrescida da emenda AH, e ainda com acento de exclamação! Como se não bastasse, ao lado desenharam uma caricatura de um aluno vomitando. Isso era demais! Contudo, tal episódio denotava a falta de interesse dos educandos daquela faculdade pela matéria ministrada pelo mestre dedicado.
Estatística é o ramo da matemática que trata da coleta, da análise, da interpretação e da apresentação de massas de dados numéricos. Assim nos informam os dicionários, mas vulgarmente falam que estatística é uma ciência que nunca chega a um resultado definitivo - tudo é uma aproximação. Isso é fato. Realmente é uma aproximação de uma realidade, baseada em uma amostragem limitada de um universo de informações muito maior. Talvez por esta razão aqueles alunos tenham perdido o interesse pelo assunto... Afinal, qual o objetivo em estudar uma ciência que nunca chega a um resultado exato num curso de ciências exatas como aquele sobre Informática? A resposta é simples: a estatística é fundamental para o planejamento e tomada de decisão em quaisquer ramos da ciência.
Nas casas espíritas não é diferente. Muitos dirigentes de departamentos não despendem algumas das suas preciosas horas dedicadas ao trabalho na caridade em elaboração de relatórios baseados em dados estatísticos, achando que seria tempo jogado fora. Ledo engano. Não seria perda de tempo, pois planejamento é fundamental em qualquer atividade. Uma atividade bem planejada tem tudo para alcançar o sucesso, atingindo o objetivo com eficiência.
As reuniões mediúnicas são difíceis de planejar pelos coordenadores do plano terreno, pois como sabemos, a direção geral parte do plano espiritual. Mas cabe aos encarnados o preparo das ferramentas utilizadas - os médiuns. Assim, a educação continuada é de extrema necessidade. Não obstante, há algumas questões a responder: quais cursos são necessários para tais médiuns? Quais balizadores utilizar para determinar as necessidades do grupo? A resposta também é simples: estatística.
Baseado nessas necessidades, o Departamento de Mediunidade do Centro Espírita Trabalhadores de Jesus - casa onde participo - solicitou que os dirigentes dos grupos mediúnicos elaborassem relatório estatístico anual. Baseado neste relatório seriam programados seminários, encontros e cursos visando a qualificação do corpo mediúnico.
A última etapa da reunião mediúnica é a AVALIAÇÃO. Esse processo consiste em relatos breves de cada comunicação realizada pelos médiuns, direcionada por apontamentos sumários dos dialogadores e dirigente da reunião. Como trabalho de casa, cabia ao dirigente classificar e tabular os dados, gerando um trabalho enfadonho e cansativo. Havia ainda um agravante: cada dirigente estabelecia seus próprios critérios e isso gerava uma imprecisão muito grande, ajudando pouco na tomada de decisão do dirigente do Departamento Mediúnico.
Vendo o grande trabalho da minha esposa (Rose Athayde), dirigente na nossa reunião, em manipular os dados obtidos sem o auxílio de uma ferramenta, planejamos uma planilha eletrônica que faria todo o trabalho estatístico, restando somente entrar com os dados colhidos em cada reunião. O trabalho foi facilitado, pois ela, acostumada a planejar em sua profissão, já tinha idealizado uma classificação simplificada dos tipos mais comuns de manifestações, baseada no livro "OBSESSÃO E DESOBSESSÃO" de Suely Caldas Schubert. A minha parte foi limitada a projetar e programar a planilha. Era a minha chance de colocar em prática parte do que aprendi naquele curso que citei no início. Depois de algum trabalho, nascia nosso produto com as características seguintes:
Relatório mensal gerado automaticamente com os totalizadores dos tipos de comunicação mediúnica, cuja entrada seria a cada reunião (semanal).
Relatório anual gerado automaticamente baseado nos totalizadores mensais.
Gráficos de barras mensal baseado nos totalizadores de cada tipo de comunicação.
Gráfico de Pizza anual, baseado nos totalizadores mensais.
Totalizadores mensais e anual das psicografias produzidas nas reuniões.
Elaborei um seminário sobre MEDIUNIDADE e REUNIÃO MEDIÚNICA e tenho apresentado em algumas casas que me solicitam. Intitulado SER MÉDIUM NOS DIAS ATUAIS, sua programação pode ser consultada numa página a ele dedicada, onde também a planilha está disponível para ser baixada por qualquer trabalhador da seara espírita (navegue até o final da página e clique no botão laranja). A última parte deste seminário é dedicada a um tutorial sobre esta planilha.